PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA de Ricardo Godot. Estudo para criação, junto aos Bate-bolas, de uma metodologia de organização e documentação da produção das manifestações dos Bate-bolas, desenvolvendo possíveis materializações da memória e suas difusões.
Os Bate-Bolas são uma manifestação cultural originária do subúrbio, associada a uma tradição popular. O grupo de brincantes, que vem sendo estudado pelo Laboratório de Design de Histórias da PUC-Rio, tem obstáculos de visibilidade, seja pela localização ou pela recente estigmatização de associação à violência urbana.
A partir do contexto de produção midiática, a pesquisa propõe ressignificar o que se constrói como imagem sobre os Bate-bolas de forma a demonstrar a relevância histórico-cultural, tendo em vista a diversidade de implicações identitárias na tradição e na difusão da manifestação
O projeto de pesquisa e extensão MASCARADOS AFROIBEROAMERICANOS, em função da quantidade de registros e entrevistas produzidos nesses anos de parceria com os Bate-Bolas, abriu um canal do Youtube com o nome do projeto. Por conta do volume expressivo e da dimensão processual da pesquisa, decidiu-se que ao invés de organizar um único documentário, se faria mini-docs de um minuto que chamamos de MINU.
O canal MINU possibilita a permanente atualização dos conteúdos, um acesso mais rápido do espectador e uma visão mais multifacetada dos diversos aspectos envolvidos na cultura bate-boleira. Já estão disponíveis vídeos que falam da história, dos tipos de máscaras ou fantasias e aspectos regionais ou sociais. A plataforma pretende crescer com apoio de outros grupos interessados no tema e neste formato de exibição, incluindo o registro dos demais projetos vistos aqui.
Para a criação dos primeiros roteiros, organizamos os arquivos digitais a partir da localidade e ano em que foram feitos. Segmentamos os arquivos em internos, aqueles que se deram dentro do estúdio de fotografia no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e externos, que foram realizados, principalmente, nas pesquisas de campo.
A partir de um processo de ideação, estipulamos e escrevemos os primeiros roteiros para atender a produção de conteúdo das especificidades dos mascarados. Três argumentos iniciais de construção narrativa foram pensados: As pesquisas do laboratório e suas organizações para com o público; a experimentação gráfica, propondo novas relações sensoriais e o panorama histórico-cultural das manifestações.
A imagem 1 é o momento de diagramação do conteúdo ao formato Youtube. O Youtube é uma plataforma de compartilhamento de vídeo online, que possui o segundo maior fluxo de acessos mundiais. Devido a sua popularidade maior e integração com ferramentas gratuitas do Google, escolhemos para difundir o projeto. A plataforma terá um caráter processual de forma que possibilite a apropriação por outros usuários da plataforma para a produção de novos conteúdos ou remontar o material já existente para abarcar questões específicas.
Como forma de representar a passagem histórica das roupas dos brincantes, o morph foi a técnica escolhida a partir da técnica de correspondência de pontos, mostrada na imagem 2. Todas as fotos foram realizadas em estúdio com fundo infinito branco com a câmera estabilizada. Selecionamos o tempo de cada brincante proporcionalmente igual para fazer a gradação no início e no final de cada vídeo a partir de quadros chave (key frames), onde eram estabelecidos o grau de transparência e o tempo de transparência entre um grau e outro.
No Youtube, as postagens foram feitas com um intervalo de tempo maior entre os vídeos para focar as campanhas. As campanhas foram feitas na conta Facebook dos Mascarados. Na imagem 3, o resultado das visualizações no Youtube foi potencializado pelas campanhas.
As estratégias de comunicação em reação aos posts anteriores segmenta o horário a partir do relatório cedido pelas redes. Um bom horário para as postagens no Facebook serem feitas limita-se ao horário de 8:30 até 18:00. Caracteriza-se por ainda estar no horário comercial, sendo o melhor horário de postagem para que as publicações tenham maior alcance. O algoritmo do Facebook restringe a divulgação de um post, de acordo com o número de postagens. Então, é necessário manter uma frequência média de posts na semana para manter o público informado e o algoritmo da rede social não bloquear as publicações.
As imagens 5 e 6 demonstram as regras estabelecidas por cada plataforma para o upload das imagens e dos textos. A importância dessas regras está na otimização das imagens que possuirão um alcance maior ao não terem sua resolução diminuída ou expandida para se adequarem às dimensões pré-estabelecidas. Além disso, a imagem que será exibida nas postagens do Facebook é a imagem atrelada ao Youtube.
Um maior alcance dos anúncios será adquirido a partir de um planejamento estipulando horários. A partir das métricas, pode-se estabelecer dois parâmetros separados para as redes sociais. Para o Facebook, publicações devem ser programadas para três horários distintos: manhã cedo (07:00-09:00), meio do dia (11:00-13:00) e final da tarde (15:00-17:00). Evidentemente, a escolha de palavras das legendas que acompanham os vídeos ajudam na divulgação pela proximidade com o vocabulário do público.
Para Youtube, a proposta de mudança das miniaturas dos vídeos é uma forma de diferenciação dos conteúdos e destaque para o vídeo em si. As miniaturas podem ser trabalhadas com mais imagens e títulos maiores. Segmentar uma frequência menor de postagens aumentará o alcance do canal dentro do Youtube para aparecer nas primeiras sugestões de pesquisa. O lançamento dos vídeos em horários matinais também promove uma maior divulgação do conteúdo. Para fomentar esses parâmetros, uma dinâmica de postagem de 1 ou 2 dias na semana será o suficiente para atender a demanda.
Para que os conteúdos sejam abrangentes e possibilitem novas seções para produção, uma maior abertura do processo de encontro com os bate-bolas podem ser exibidos nos vídeos em outra segmentação do canal. Aproveitar entrevistas com mascarados e usá-las no canal engaja o próprio mascarado e próximos na divulgação dos vídeos. Além disso, um documentário para registrar o ofício potencializa as relações de memória.
Desenvolver o Minu Docs é essencial para fomentar um público engajado pois, são os primeiros conteúdos do canal e possui uma linguagem rápida que abarca os dispositivos móveis (cerca de 94% dos acessos às publicações foram feitos através de dispositivos móveis). Compreender as dinâmicas de cada plataforma assim como seus mecanismos de engajamento também influenciaram a forma com que trabalhamos conteúdo.
Ricardo Ferreira Rodrigues
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Dhis – Laboratório de Design de histórias
CNPq
Gamba Junior
Igor Ceciliano, Nathália Valente Cramer Ribeiro e Priscila Andrade Silva
Anderson Buda, Gilson Carvalho, Marcelo Índio e Luciano Guimarães