Processo Produtivo das Fantasias de Bate-Bolas

realizada em:  
09/2019
Local:  
Rio de Janeiro

PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA de Nathália Valente. Estudo a respeito dos diversos tipos de turmas de Bate-Bola, analisando seu processo produtivo e questionando se esse processo da fantasia é diferenciado pelos perfis dos brincantes que são os líderes de turma ou pela diversidade de tipos de Bate-bolas?

Bate-Bolas são manifestações fantasiadas carnavalescas características do subúrbio carioca. Também podem ser conhecidos como Clóvis, nome que acredita-se ser derivado do inglês clown, o palhaço porque, no início, a própria fantasia de bate-bola se assemelhava muito às de palhaços, porém com máscaras aterrorizantes. Eles saiam nas ruas batendo no chão suas bexigas feitas de boi, presas por corda, e assustavam crianças e adultos.

A valorização de sua cadeia produtiva foi o tema deste projeto de iniciação científica, onde tinha como foco a análise do processo de fabricação das fantasias, buscando responder a seguinte questão: o processo de produção dos bate-bolas são diferenciados apenas em função dos diversos tipos de fantasias?

Ao longo do processo compreendi que existem muitos tipos de fantasias e tipos de acessórios que podem acompanhar a roupa, indicando o estilo de cada turma. Então levantei a hipótese de que, apesar de diferentes acessórios e diferentes estilos de roupa, o processo produtivo da fantasia é mais diferenciado pelo perfil dos brincantes que são os líderes de turma do que pela diversidade de tipos de Bate-bolas. 

Tendo como um desafio a seleção de uma amostragem e procedimento de entrevistas em um cenário variável e complexo. Buscando como objetivo final utilizar a infografia como forma de sistematizar os dados recolhidos no campo e otimizar o mapeamento das etapas produtivas junto aos brincantes ao ser usada para recolher informações comparativas sobre a confecção de fantasias.

Partindo do método de ramificações, pude esboçar a representação visual que usada nas entrevistas futuras. Um gráfico/tabela foi a melhor forma encontrada para levar ao campo e acompanhar as mudanças. Seguem imagens ao lado que demonstram a evolução das mesmas.

Na imagem 1, as primeiras identificações e formas de leitura da planilha foram feitas separando os processos em duas linhas de visualizações. A primeira, na horizontal formando uma espécie de ordem cronológica de processos, já a segunda, na vertical é uma lista de etapas e técnicas. Os quadrados, nesse momento seriam para identificar se a etapa seria existente ou não naquela ordem, mas já adianto que isso foi mudado futuramente

Na imagem 2,  foi adicionado uma terceira categoria, preenchida pelos círculos, onde seria possível observar se o processo é feito por eles mesmo, encomendado ou comprado pronto de algum fornecedor. E já em uma primeira avaliação, pude observar que o círculo estar posicionado depois do processo causaria confusão, sendo levado para frente na versão seguinte. Alguns processos foram adicionados e outros tiveram suas nomenclaturas refinadas, como por exemplo, ao termo 'desenho' se adiciona a categoria 'técnico'  no lugar de 'desenho de croqui', como normalmente é chamado na área de design de moda.

Na imagem 3, adicionamos uma catalogação, criando grupos de etapas, para o material obtido se tornar o mais compreensível para o entrevistado, no primeiro momento, mas  também para qualquer pessoa que viesse a consulta-lo posteriormente. E os quadrados serve à numeração da ordem das etapas de processo em ordem cronológica. Assim, a ordem das linhas verticais poderia também alterar de turma para turma e de processo para processo.

Na imagem 4, produzida após a primeira ida ao campo, ocorreram mudanças na nomenclatura para adaptação do vocabulário. Além de uma nova ordenação e exclusão de alguns processos.

Na imagem 5, produzida após a segunda ida ao campo, as mudanças foram em nomenclaturas e opções de processo, além do significado dos quadrados, sendo esses agora para numerar uma ordem entre as peça produzidas. Nesse momento, o boá também passou a ser um item na frente das peças, já que ele pode ser considerado um pedaço a parte da fantasia, sendo inserido no momento de junção das peças.

Na imagem 6, infográfico já preenchido por Marcelo Índio.

Na imagem 7, infográfico já preenchido por Anderson Buda.

Na imagem 8, infográfico já preenchido por Gilson das Capas.

Na imagem 9, infográfico já preenchido por Luciano Animação.

Apesar do quantitativo pequeno, já foi possível observar algumas questões, onde além de expandir a aplicação dos gráficos, é necessário fazer uma segunda fase com confirmações das respostas, pois muitos itens aparecem nesse momento e evitamos equívocos em alternativas que mudariam o modo de analisar o processo.

Com três brincantes com fantasias do mesmo tipo (Índio, Buda e Luciano), podemos adicionar a equação os perfis de cada brincante, que nos permitiu observar a que as diferenças apresentadas podem ser muito mais por conta da expertise e experiência de cada líder, do que da própria maneira de produção.

Compreendemos e levantamos a questão de que todo esse processo vai além da fantasia e sim, do perfil do brincante. O Luciano, trabalha fora, mas disponibiliza sua vida para a função de pintura e gliteragem das roupas, tendo essas atividades produzidas por ele mesmo. Em suas respostas, deixou claro que em alguns momentos assume a função de produção por conta do valor disponível para fantasia, sendo mais barato produzir do que encomendar com um outro profissional. 

Já o Buda, trabalha fora durante vários dias da semana e já contou em entrevistas que não realiza a maioria das funções por falta de habilidade, tendo pessoas de confiança para cada uma das etapas. No passado, quando cada pessoa produzia sua fantasia para sair com a turma, ele contou que já desenhou padrões e esboços da roupa, mas hoje podendo investir em um profissional, assim o faz e, por outro lado, cuida de toda a parte logística  - seu grande talento ao ter que integrar tantos profissionais diferentes atuando no mesmo projeto. 

Um aspecto que pouco se destacou em todos eles, foi o uso de elementos comprados de fornecedores com pré-produção (sem encomenda personalizada). Quase sempre é preferível encomendar algo da maneira que eles exigem, pois torna a peça única. São poucos os momentos que é comprado algo de fábrica, sendo em alguns casos, apenas o sapato. De acordo com o que foi falado por eles, normalmente há um demérito da compra pré-produzida, sendo algo considerado de "nível inferior" ou de uma turma pequena e sem investimentos.

Todas essas observações foram essenciais para um avanço da pesquisa, mas é necessário entrevistar um público maior para formular uma certeza, pois assim terei diversas categorias e níveis para uma futura análise. 

Essa pesquisa continuou em um segundo ano, mas afetada pela pandemia do COVID-19, sofrendo alterações em seu esboço final.

RELATÓRIO PIBIC

ACESSO COMPLETO AS IMAGENS

Pôster de conclusão da pesquisa apresentado na Semana de Iniciação Científica da PUC-Rio.
Imagem 1
Imagem 2
Imagem 3

Imagem 4
Imagem 5
Imagem 6
Imagem 7
Imagem 8
Imagem 9
Realização: 

Nathália Valente Cramer Ribeiro

Apoio: 

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Dhis – Laboratório de Design de histórias

CNPq

Orientação: 

Gamba Junior

Suporte:

Ricardo Ferreira Rodrigues e Priscila Andrade Silva

Colaboradores:

Anderson Buda, Gilson Carvalho, Marcelo Índio e Luciano Guimarães

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